domingo, 9 de junho de 2013

Na trilha

Não consegui encontrar nenhuma das indicações do caminho para a trilha correta, mas cheguei onde devia.
Quem me encontrou foi uma linda clareira, onde um riozinho vem chegando, como quem não quer nada e desliza sua queda d'água hipnotizante.
 Paz, silêncio.
Sinal de vida só no curso da água.
Cinematográficamente falando, posso dizer que a fotografia do lugar era perfeita. O cara que produziu aquele cenário sabia o que estava fazendo.
Na Prainha mesmo, não cheguei. Era o destino inicial, mas o destino é quem decide Pra onde vai.  Hoje não era o dia da prainha.
Sentei na beira do rio, fiz meu pic-nic debaixo daquele sol gostoso, filtrado pelas árvores.
Deitei na grama, li, escrevi. Não queria ir embora, então comecei a falar com o rio.  Segui pelas pedras, escolhi uma no meio da corrente e sentei ali. E ali falei, falei muito. Coitado, tão acostumado com sossego.
Talvez não soubesse que havia pelo mundo gente tão inquieta e faladeira, que não precisa abrir a boca Pra conversar. E que aproveita a calma do seu lugar Pra se despir da casca.
Não falei sozinha, o rio me disse muito, na confiança e tranqüilidade do seu trajeto, de água que contorna, declina, emerge e segue sempre.
Agora, sentada aqui, nas pedras da Tiririca, lugar que gosto tanto, e sempre me instiga a escrever, a maré sobe no fim da tarde.
Vem determinada e se joga nas pedras. Engole as areias da praia, e recua para tomar força.
Sujeitinha impetuosa essa, doce ou salgada.
Hora rio, hora do mar. Maré alta.
Que queda, que corre.
Matreira, mansinha
Escolho ser água.

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